sexta-feira, 1 de maio de 2009

Fechando o ESE e enxugando gelo..



Cedca tem novo presidente
Diretor-geral reconhece a necessidade do fechamento do ESE
Quinta-feira, 30/04/2009
A nova diretoria do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente tomou posse ontem. O presidente anterior, Siro Darlan, transmitiu o cargo ao advogado do Projeto Legal, Carlos Nicodemos. O eleito representa a Sociedade Civil. O vice-presidente, posto designado neste mandato a um representante do Governo, vai ser ocupado pelo diretor-geral do Degase, Eduardo Gameleiro. No discurso de posse, Carlos Nicodemos, lembrou que a própria trajetória era muito parecida com a do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Pela terceira vez concorria ao cargo após perder duas eleições. O novo presidente disse que pretende resumir a gestão para o próximo triênio em duas questões: — Somar forças e agregar. Ao lado do Governo, devemos somar forças. Com Sociedade Civil, devemos agregar, com o objetivo de implantar uma agenda de Política de Estado. Isso só se dará com o diálogo com os mais diversos setores interessados em promover a cidadania para a Criança e o Adolescente – sintetizou Nicodemos, que também disse que irá conversar com o segundo setor para que os empresários não apenas repassem dinheiro, mas se engajem na causa. A boa notícia da solenidade ficou por conta do novo vice-presidente do Cedca que anunciou o fechamento do Educandário Santo Expedito. O diretor-geral do Degase, Eduardo Gameleiro, disse que pretende cumprir o que for deliberado pelo Cedca.— Como é o caso do fechamento do ESE. Iremos fazer no momento certo. Tem que ser de forma serena, sem provocar prejuízo no cumprimento das medidas sócio-educativas — informou Gameleiro. Ele garante que o compromisso com a defesa dos direitos da criança e do adolescente estará na frente de qualquer divergência ideológica que possa existir entre os componentes do Conselho.A diretoria do Sind-Degase esteve presente na posse. Segundo o presidente interino Roberto Carlos, é um momento histórico. — É lógico que a gestão do Dr. Siro Darlan já trouxe avanços para a causa no Rio de Janeiro e a história de militância do Nicodemos na defesa dos direitos da criança e do adolescente só nos deixa ansiosos para esse novo mandato, que provavelmente vai modificar a forma de fazer política no Rio de Janeiro. O reconhecimento do diretor-geral da necessidade do fechamento do ESE já é um indício dessa mudança — disse Roberto. Siro Darlan relatou as conquistas do mandato que encerrou e agradeceu o apoio do governador Sérgio Cabral ao Cedca, que foi reconduzido à Casa Civil. O ex-presidente também comemorou a mudança do Degase para a Secretaria de Educação. A cerimônia foi aberta com a apresentação do Armazém de Idéias e Ações Comunitárias (AIACOM). Uma Organização Não-Governamental apoiada pelos Freis Agostinianos, fundada em 1992, que desenvolve ações scioeducativas com crianças, adolescentes e população em geral moradora de comunidades pobres do Bairro do Engenho Novo. Um dos integrantes do grupo, o adolescente Iago Reis foi convidado a participar da mesa e realizou um discurso de "gente grande" ao chamar atenção das autoridades presentes para a melhora da Educação. — É importante que devemos partir do papel pra ação. No nosso trabalho, vemos que a maioria dos jovens atendidos estuda em escola pública. A principal falha da nação está na falta de uma educação digna para que tenhamos no futuro verdadeiros cidadãos — advertiu o jovem Iago. O auditório do Cedca estava lotado. Representantes do Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública estiveram presente na posse. Completaram a mesa também o vereador Gil Carlos (DEM), os deputados estaduais Marcelo Freixo (Psol) e Alessandro Molon (PT) e o presidente da OAB Wadih Damous.
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Tudo o que está escrito acima é muito bonito e, em um primeiro momento, até se acredita que ações vão ser tomadas para a minimizar um problema que persiste há mais de uma década: O fechamento do Educandário Santo Expedito.
Fechar por fechar, sem ter um local, já em funcionamento, que possa abrigar os atuais 130 adolescentes é loucura.. O esvaziamento do ESE pode comprometer a segurança das outras Unidades fechadas do sistema (Cai-Baixada, Ips e Ejla).. Os agentes estão estressados com sobrecarga de trabalho e a superlotação das Unidades (o Ips está com aproximadamente 240 adolescentes..). Esconder a sujeira debaixo do tapete é uma prática adotada há anos pelos dirigentes do sistema sócioeducativo fluminense.. Na atualidade querem transformar as Unidades fechadas em "Criam" durante o dia e Bangu-1 durante à noite... Isso precisa ser repensado e estudado pois não se pode atribuir a uma pessoa a tarefa de "educador" durante um período e de "carcereiro" no outro.. O Degase precisa entender que não se pode dar estas duas atribuições a uma só pessoa.. Educar não cobina com reprimir e muito menos com conter.. O dinheiro público foi "torrado" em reformas de "adequação" do ESE e poderia ter se construído outra Unidade adequada.. Mais uma vez o dinheiro público foi mal empregado e todos nós pagamos as contas da "vaidade" daqueles que se acham os reis supremos em matéria de políticas sócioeducativas.. No caso em questão, a desativação do ESE é uma grande "enxugada de gelo" que saiu bem caro para os cofres públicos.. E o passarinho azul do bico preto já contou que o ESE voltará para a SEAP provavelmente para virar uma Casa de Custódia..

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